11 julho 2009

zazuera


enquanto ela dança

seus cabelos se bangunçam,

transtornam meus sentidos

suas pernas se enroscam em meus desejos

seus risos me coram o olho

enquanto ela se balança

cantando sorrindo jorge ben

ela espanta os males da minha solidão

espanta os ocres versos dos meus poemas

condena os meus risos todos ao seu rodopiar


enquanto ela dança

os meus medos se amorenam em seu olhar fugidio

e a batucada vem dominar a minha taquicardia

e me enrubreço pele a dentro

me reconheço verso afora

remetendo-lhe todas as minhas rimas repetidas

alcanço seu leve cansaço

desfaço os nós de suas possíveis crises

ameaço suas agonias sem que ela saiba

sem que caiba a minha vida em sua história


e os meus dedos se confundem na beleza que eu queria versar

os meus delírios se espantam e se arremeçam

as minhas certezas se embaraçaram

enquanto o meu blues vira batucada

enquanto ela revira todas as minhas vontades

a girar...


*