05 janeiro 2011
de carne, pano e poesia
à minha poupeé de tissu,
que sempre vem brincar nos meus pensamentos,
vem chorar nos meus desesperos,
ver rir bem alto quando é de riso o meu choro,
vem dissolver as minhas angústias
e celebrar os meus sintomas de vida...
à minha boneca de carne, pano e poesia,
que sempre me vem feito saudade,
quando me cantam e encantam seus sons favoritos,
quando me invadem seus poetas amantes,
quando me encontram seus silêncios e abismos...
e quando me sinto só,
no meio de toda gente,
sei que é ela o pedaço que me falta,
e quando sou silêncio no velho jorge ben,
não sou ninguém menos que ela...
porque ela,
doce e cruelmente,
cheia de humanidade,
escreve um livro comigo,
desde ontem, desde nunca, desde sempre...
sem linha, sem palavra, sem voz,
porque a gente já não precisa de nada disso...
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