Sim, ele o beijou
Enfim, desbravou-se deliciosamente
Ele, em si, gotejou
Lágrimas de aguardente
Para que pudesse o outro
Também, santo, embriagar
E como nunca, crepitando,
Corpo a dentro fez-se mar
De cabelos pretos lisos
Olhar de pano e perdão
Vai, finalmente livre,
Ser fogueira sem clarão
E na aguardente do choro
Fincou-se o riso do espanto:
O que antes beleza de sonho
Tornou-se, em saliva, canto
E assim, olho a dentro, farol
Assim, noite afora, canção.
*
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