21 fevereiro 2009

Tempo

Ultimamente andei pensando muito sobre o tempo, suas desgraças e maravilhas, seus mistérios. O antes. O agora. O depois.
O tempo é uma coisa estranha... impregnados de passado e ansiosos pelo futuro, nossos instantes acontecem muitas vezes sem que percebamos. Quantas células não se renovam em nosso corpo enquanto nos preocupamos com um brilhante futuro? Quantas céulas não morrem enquanto nos enciumamos ou repetidamente revivemos o passado?
Os anos passam, as pessoas aparecem e morrem em nossos caminhos, e continuamos a nos preocupar com o último capítulo da novela, com os chicletes para a mente, com os vícios consumistas dos quais não mais conseguimos escapar! Os minutos passam. Os homens passam. Tantos minutos, às vezes anos, passamos preocupados com algo que já aconteceu, sem perceber que novos momentos cintilaram e apagaram. Não podemos deixar de olhar para o instante de cadência de uma estrela só porque o céu foi um dia tempestuoso.
A essência do aproveitar o dia! "Carpe Diem" "Tempus Fugiti".
O passar do tempo deve ser algo belo, algo que nos componha o que somos agora. Nos culpar por erros cometidos ou oportunidades perdidas, além de nos deixar mais e mais pesados, também nos macula os olhos e nos fere a alma. Jamais devemos nos "desesperançar", apesar de todas as desgraças, apesar de todo o mercado de peixe sem peixe que muitas vezes é o mundo.
Somos mais que soma de células, emoções e momentos. Somos mais que terráqueos. Mais que estudante de física do quarto ano, ou padeiro, ou degustador de vinhos, mais que filha do marcos, do ivan, ou do presidente da república, somos mais que a menina que pinta ou o cara que anda de skate e fala latim. Somos mais que a soma de nós mesmos!
O tempo é um assunto muito sério, mas que jamais deve ser levado tão a sério assim. Nos remete àquelas questões existenciais e às vezes até nos deprime ou manipula. Um assunto que deve ser pensado. O tempo... senhor dos segredos, das promessas, das armas... senhor dos homens... senhor dos mistérios!
Sagrado e sutil.

E se você não se preocupar em ser feliz hoje, em viver o instante, começa a surgir aquele monstro, aquele vazio avassalador dizendo que nossa vida foi vã, pontual demais... Dias chuvosos, dias de romance, dias de perdas ou ganhos, horas de risos, horas de sonho ou brigas, minutos de solidariedade, minutos de morte e renascimento, minutos de vã filosofia diante de uma tela branca.
Dias longos ou curtos, anos de saudade ou festa, segundos de olhares cruzados ou agonia.
O tempo.

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