21 fevereiro 2009

Para Daya

Ela, que chega mansa, criando chuvas, compondo sóis em ré maior... ela que chega e aconchega qualquer dor ou pensamento; qualquer rubra idéia ou pardo encanto em seus dedos vira céu, vira mar, vira chão... Ela que olha e vê e repara, ela que olha e sente e fala, ela que é lira e que é fada, que para a beleza para se desenhar... Ela que é lua dançando na praça, na rua é o perfume que passa sem onde, sem quando, sem fim...
Ela inaugura belezas, levezas, portões. Ela, com graça, constróis alegrias-janelas em nós; ela, sutil, bamboleia este mundo sem nunca cansar...
Ela é caminho, é passeio, é paisagem de infância e de sonho. Ela, que mancha diários com tintas do amor. Ela que é fenda e que lenda. Ela que é foz.
Sem cor definida ou tamanho, só faz-se crescer nestes olhos meninos de constelação. Só faz-se voar em carinhosos versos e ventos que vêm me rondar. Ela, que é paz e que é guerra, garota garoa sem perder o sol.
Ela que contamina ares quaisquer em que habite, ela que ronda poetas e canta jardins.
Acima de tudo é bela, e é toda. Faz, gota por gota, chover temporais de eternidade e infinitude em qualquer instante que aconteça.
Acima de tudo é cordão, e é prosa, e é dom.

*

Um comentário:

  1. Você me presenteou com esse texto no meu orkut, e sempre leio.
    É muito além do que mereço, com certeza, mas é novo a cada leitura. É um afago na alma. Um abraço.Um sorriso seu. É botão de rosa.É um laço.
    É isso, é um laço de amizade.
    Obrigada por ser minha amiga, minha confidente, minha pintora, escritora, e por aí vai. Minha menina de todos os dons!

    (L)
    Amo você.

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