Qualquer folha branca que se manche
se desmanche
que me manche os lentos pensamentos sobre o pensar, pesar, poesar...
Qualquer palavra que se diga
que prossiga
para além do contentamento descontente que mendiga meu curandeiro versar.
Migalhas
que muralhas
e mortalhas destroem, comem famigeradas, estas palavras, cadabras, magras em letra gordas em voz.
Faíscas que sejam iscas.
Os meus olhos e poros abertos, a se encharcar de tinta, a se fartar de migalhas.
Os meus dentes rentes ao sol do grito.
Qualquer imensidão que fique
que agride
e que se agite no vocabulário ilário e otário da gramaturgia
que seja orgia!
Que seja grande e próxima
e tóxica
e afásica a canção que me venha povoar o versar...
Que se tinja
que atinja
os olhos e poros rasos de lágrima e sorrir.
Que seja tola.
E que seja toda o que tiver de ser.
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