21 fevereiro 2009

Ponto de Exclamação

Quando te vi, ali, quieto, concentrado, sorrindo sem qualquer movimento em tua face, sonhando sem qualquer limite ou evidência, notei o quanto és-me importante, necessário e saboroso de se ter... com tua guitarra turqueza e teu olhar preto-perolado, dedilhavas cancões desconhecidas, notas inéditas que emanavas e que logo corriam a me povoar.
Quando ali, silente, gritando paixões tão nossas, pulando por dentro, ardendo de tanta beleza, me lancaste um apaixonado olhar sem dar-me tempo para uma palavra sequer, e voltaste aos teus sons e paisagens... Olhei-te infinitamente, sufocada e entregue a tanto amor, afeto e inspiracão! E para nunca mais reler, escrevi o meu melhor poema, o seu melhor poema, em pensamento e calor.
O teu rock'n'roll em meus planos para amanhã. E depois. E depois.
E a minha pele morena nunca mais será a mesma depois do banho de luz que me deste. E os meus versos desposados em teus acordes de menino de algodão, limalha e castelo. E os meus desejos todos expostos em meus olhos de vislumbre e prazer. E das minhas viagens, vaga música em suas composicões...
Sem palavra, ao teu lírico olhar, fiquei e estou. O teu romantismo sem intensão, este tranquei em segredo. O teu sorriso escondido desenhei, aquarelando a lágrima de imensidão que em mim com ele plantaste.
E se tornaste, ali, naquele momento, ainda maior, em mim e no mundo, do que já se havia pensado ser. Em tua seresta à janela de meu corpo, em tua entrega discreta à vida que sonhamos e vivemos. Em nossas músicas e bilhetes e risos atemporais rememorados no teu dedilhar. Agigantando cada momento vivido e cada ruga, que de par em par surgirá...
Não houve tempo para minha palavra, porque não houve nem há palavra. Só ponto de exclamação!

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