18 fevereiro 2009

porque eu me chamo ainda Liandro Pena

Alaúde


dança, mulher dos ares,

às minhas odes

mares moves tão solares.

dança, mulher das fases,

que assim me fazes

silentes horas compor tão foz.

dança, mulher-bolero,

meu samba, meu mangue,

faz sangue no alaúde

amiúde dançarina

amiúde dança, balança,

faz trança nas cordas minhas,

mulher dos bares...

que eu calo meu gesto

para os ares, a correr,

eu ouvi-la remexer.


*


ai, suburbano coração

clarice e francisco se amando

ametistas

amiantos

acalantos sem noites vãs...

palheiros

palhoças

palhaços sem canção

suburbano coração!

o amor

num porão

o pavor

na paixão

furor

fulgor

facão

suburbano coração.


*


::Passeias amorenada por meus olhos já atentos, passas de leve em meu sonhos, passos lentos... Clareias tão silente os meus noturnos e ardentes devaneios, em si carregas as dores e flores do mundo, imundo, esbaldo-me em tuas canções retalhadas de amores! Passeias cansada de injustiçados pecados, nos olhos sorrisos inatos, fisgados por versos meus... Vagueias sem paz, sem perdão, tão leve que levas contigo a paixão, o vulcão que tanto guardei, escondi, desdenhei. Em si condenas as cores, os ares da vida... esculpida em meus versos te canto, me encanto, me causo ferida.::


" oh meu amor, para sempre, nunca me conceda descansar " (chico buarque)


*

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