21 fevereiro 2009

desvãos primaveris

E nesta noite de intensa primavera ardendo no flamboyant, anseio por meu eterno poema inacabado, doce companhia, meu apaixonado amor! Em composição cotidiana tão bela e plena de mistérios. Doce lida. Nesta vida vamos nós sugando cada átomo do tempo, dançando sem som, temperando o mundo com tantas especiarias.
E sinto-me, por vezes à salvo, quando na cantina da esquina desce um véu vermelho de flores e versos, sinto até ser possível um céu na terra, mesmo longe da sala do psicanalista ou do maharaja.
Ah, esta estação dos "despertares"... tantas paixões, emoções, canções... alegrias e levezas! Todas as possibilidades descem e nos oferecem corolas de flores, convites a amores, rubrores...
Esta lua, linda lua, cheia! Gorda de luz e promessa, gorda de tantos sonhos amantes nela inspirados, gorda de tantos segredos enamorados, gorda de beleza. Paira no escuro. Dançante em minhas palavras perdidas. Desvãos.
Um peito cheio de flor e rima, feito a lua gorda de lirismo, loucuras todas são absolvidas, estrelas tramam e tecem abóbadas de encanto sem cobrar couvert.
Os olhos da alma parecem se dilatar na primavera, a procura de deslumbres e jardins, os poros se expandem, sorrisos se penduram e perduram pelas ruas. Pessoas inspiradas a viver.
Um brinde a cada flor que se abriu nos desejando bom dia e a cada estrela que se acendeu nos testemunhando e desejando uma linda noite.

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