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MAS PARA QUE CEDER-TE MEU CANTO?
que para, ora, no teu final espanto
possa sorver e opor minha ode canelada
minha canção obscena, sutil e gelada
ora, voraz, a rogar-te quebranto
e para, também, ser sangue na espada
à ferida a cura, a causa, o manto
para que venhas, a sorrir, no entanto
a supor e reclamar, me ver fechada
é para isso o meu esforço, meu canto
para que em ti possa ser proclamada
a loucura ante o óbvio, ante o santo
a promiscuidade no urbano, difamada,
com isso, já não tão mais de canto,
possa ser grito, esta arte, antes guardada
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