21 fevereiro 2009

quisera

Quisera
a minha emoção falida de razões, pura, santa, louca
os meus frágeis corações pudessem chorar sem pudor
quisera os meus caminhos sempre em teus olhos
quisera poder curar o mundo de uma vez por todas.
Quisera, ai,
o tempo um tanto dilatado, não tão rígido ou escasso
estar a salvo de todas as crises e de todos os quases
quisera poder liquidar os poréns da vida
quisera os meus anjos de carne e pano sempre por perto...
Quisera todas as guerras em paz
poder viver a eternidade e infinitude de cada minúsculo instante
conhecer a língua das mariposas e as cores da inspiração
quisera o anti-heroísmo e o irracional ante a vida
quisera viver apenas pelo coração...
Quisera
alcançar a cereja de cima do bolo de minhas ilusões!
sugar o calor das brisas, sorrir os jardins perfumados dos poetas
quisera abolir todos os meus maus dias
promover a eterna alegria de ser
dançar, rodopiar descalça, sem chão, sem céu, sem salário, sem nada...
apenas dançar
sem medo
sem porquê
sem passo decorado de balé ou funk
sem espectador
sem dor...

***

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